quinta-feira, fevereiro 25

Mudar de rumo

Confesso que ainda esta sendo dificil para mim a mudanca de rumo. Nao sei o que sera, nao sei no que vai dar, o que vou sentir e acima de tudo os sonhos que sonhei e que estou deixando para tras.

Mas de todas as dificuldades que enfrentei e dos momentos que passei, sei que sera necessario tanto para mim quanto para quem fica. Sera uma nova descoberta, novos desafios e fica o carinho para que tudo de muito certo para os que ficam e para os que virao.

A Cidade
Al perderte yo a ti,

tú y yo hemos perdido:
yo, porque tú eraslo que yo más amaba,
y tú, porque yo erael que te amaba más.
Pero de nosotros dos,
tú pierdes más que yo:
porque yo podré
amar a otras
como te amaba a ti,
pero a ti nadie te amará
como te amaba yo.
Ernesto Cardenal

Tarancon

Tomara, tomara aqui

Tomara, tomara cá
Tomara que um dia eu volte
nesse mesmo lugar

Um pouco eu deixo aqui
Um pouco de ti vou levar
No corpo um pouco de areia
Um pouco do sal do mar

areia, areia, sereia
me conta os segredos do mar
ao luar, luz das estrelas
estrelas cadentes no ar

areia, areia, sereia
penteia os cabelos do mar
em noites de lua cheia
escuto a sereia cantar

tomara tomara aqui
tomara tomara cá
tomara que um dia eu volte
nesse mesmo lugar

terça-feira, fevereiro 23

Mergulho livre

Nossa familia vive perseguindo peixes nas praias, nosso kit sempre imclui oculos de mergulho. Viemos para a Costa da esmeralda, Praia de Alagoinha e Praia da Sepultura - Bombinhas a procura de mergulho livre.

A experiencia é divina, muito especial. Mergulhamos junto as pedras, com milhares de peixes multicoloridos que brincam conosco na agua cristalina. Um paraiso a parte, uma grande experiencia.

Ferias - o inicio

Depois de 11 horas na BR 101 onde passou-se a tornar-se chato a compania um do outro, chegamos, a Gamboa estava quente e a nossa espera. Passamos 04 dias na Gamboa com nossos amigos e depois fomos a Florianópolis na casa da Vera.


quarta-feira, fevereiro 10

Vivo muito, mas muito intensamente, me deparei com esta constatação no dia de hoje. Vivo com ousadia e atitude. Nunca serei daquelas pessoas que ficam por ai falando o que as pessoas querem ouvir e fazendo o pouco e o suficiente para ficarem bem com suas consciencias. Eu posso dizer que trabalho intensamente, amo intensamente, vivo intensamente e sonho intensamente.


Só as pessoas realmente grandes conhecem o inferno da vida. Os outros são meros expectadores que ficam se aquecendo ao sol.

terça-feira, fevereiro 2

Consensos Problemáticos

Boaventura de Souza Santos
Publicado na Visão em 12 de Março de 2009



Desde há anos me intriga a facilidade com que nas sociedades europeias e da América do Norte se criam consensos. Refiro-me a consensos dominantes, perfilhados pelos principais partidos políticos e pela grande maioria dos editorialistas e comentaristas dos grandes meios de comunicação social. São tanto mais intrigantes quanto ocorrem sobretudo em sociedades onde supostamente a democracia está mais consolidada e onde, por isso, a concorrência de ideias e de ideologias se esperaria mais livre e intensa. Por exemplo, nos últimos trinta anos vigorou o consenso de que o Estado é o problema, e o mercado, a solução; que a actividade económica é tanto mais eficiente quanto mais desregulada; que os mercados livres e globais são sempre de preferir ao proteccionismo; que nacionalizar é anátema, e privatizar e liberalizar é a norma.



Mais intrigante é a facilidade com que, de um momento para o outro, se muda o conteúdo do consenso e se passa do domínio de uma ideia ao de outra totalmente oposta. Nos últimos meses assistimos a uma dessas mudanças. De repente, o Estado voltou a ser a solução, e o mercado, o problema; a globalização foi posta em causa; a nacionalização de importantes unidades económicas, de anátema passou a ser a salvação. Mais intrigante ainda é o facto de serem as mesmas pessoas e instituições a defenderem hoje o contrário do que defendiam ontem, e de aparentemente o fazerem sem a mínima consciência de contradição. Isto é tão verdade a respeito dos principais conselheiros económicos do Presidente Obama, como a respeito do Presidente da Comissão da União Europeia ou dos actuais governantes dos países europeus. E parece ser irrelevante a suspeita de que, sendo assim, estamos perante uma mera mudança de táctica, e não perante uma mudança de filosofia política e económica, a mudança que seria necessária para enfrentar com êxito a crise.



Ao longo destes anos, houve vozes dissonantes. O consenso que vigorou no Norte global esteve longe de vigorar no Sul global. Mas a dissensão ou não foi ouvida ou foi punida. É sabido, por exemplo, que desde 2001 o Fórum Social Mundial (FSM) tem vindo a fazer uma crítica sistemática ao consenso dominante, na altura simbolizado pelo Fórum Económico Mundial (FEM). A perplexidade com que lemos o último relatório do FEM e verificamos alguma convergência com o diagnóstico feito pelo FSM faz-nos pensar que, ou o FSM teve razão cedo de mais, ou o FEM tem razão tarde de mais. A verdade é que, mais uma vez, o consenso é traiçoeiro. Pode haver alguma convergência entre o FEM e o FSM quanto ao diagnóstico, mas certamente não quanto à terapêutica. Para o FEM e, portanto, para o novo consenso dominante, rapidamente instalado, é crucial que a crise seja definida como crise do neo-liberalismo, e não como crise do capitalismo, ou seja, como crise de um certo tipo de capitalismo, e não como crise de um modelo de desenvolvimento social que, nos seus fundamentos, gera crises regulares, o empobrecimento da maioria das populações dele dependentes e a destruição do meio ambiente. É igualmente importante que as soluções sejam da iniciativa das elites políticas e económicas, tenham um carácter tecno-burocrático, e não político, e sobretudo que os cidadãos sejam afastados de qualquer participação efectiva nas decisões que os afectam e se resignem a “partilhar o sacrifício” que cabe a todos, tanto aos detentores de grandes fortunas como aos desempregados ou reformados com a pensão mínima.



A terapêutica proposta pelo FSM, e por tantos milhões de pessoas cuja voz continuará a não ser ouvida, impõe que a solução da crise seja política e civilizacional, e não confiada aos que, tendo produzido a crise, estão apostados em continuar a beneficiar da falsa solução que para ela propõem. O Estado deverá certamente ser parte da solução, mas só depois de profundamente democratizado e livre dos lóbis e da corrupção que hoje o controlam. Urge uma revolução cidadã que, assente numa sábia combinação entre democracia representativa e democracia participativa, permita criar mecanismos efectivos de controlo democrático, tanto da política como da economia. É necessária uma nova ordem global solidária que crie condições para uma redução sustentável das emissões de carbono até 2016, data em que, segundo os estudos da ONU, o aquecimento global, ao ritmo actual, será irreversível e se transformará numa ameaça para a espécie humana. A existência da Organização Mundial de Comércio é incompatível com essa nova ordem. É necessário que a luta pela igualdade entre países e no interior de cada país seja finalmente uma prioridade absoluta. Para isso, é necessário que o mercado volte a ser servo, já que como senhor se revelou terrível.