domingo, novembro 21

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A mente já está pensando no mar, na brisa, no sim, na imagem. A mente já imagina o caminhar na areia, a onda batendo e o pé molhando.

Moradia

Famílias ganham apartamentos e deixam áreas de risco

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18:29 - sábado, 20 de novembro de 2010

Satisfação e expectativa de uma nova vida eram os sentimentos expressados pelas nove famílias que saíram neste sábado da vila do conduto, na rua Fernando Ferrari, bairro Niterói. Elas fazem parte de um total de 16 que viviam em áreas de risco ganharam novas moradias no Morada Cidadã, bairro Fátima. O segundo bloco de apartamentos será ocupado até o fim de dezembro. Todas foram cadastradas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação. A remoção foi necessária para concluir o fechamento da vala, cuja obra está em andamento. A área da antiga vila será pavimentada e ganhará equipamentos de lazer.

A Prefeitura realizou as mudanças, em dois caminhões e, na sequência, uma retroescavadeira da Secretaria Municipal de Obras desmontou as casas construídas em áreas irregulares. Os moradores foram transportados em um kombi da secretaria.

Tranquilidade

O diretor de Habitação da SMDH, Paulo Santos, coordenou os trabalhos, desde as 7h. Segundo ele, o processo foi tranquilo, já que todos estavam bem informados sobre os procedimentos. Em alguns momentos ele ajudou a carregar os pertences. Madeiras e outros o objetos foram doados aos vizinhos próximos, que se apressaram em carregar o que receberam. O secretário de Obras adjunto, Antônio Didomênico também acompanhou os trabalhos. Às 19h30min de segunda-feira, 20, o prefeito Jairo Jorge entregará simbolicamente as chaves dos imóveis aos beneficiados.

Cada apartamento tem 52 metros quadrados, dois dormitórios e sacada. Os assentados não pagarão nada pelos imóveis. O atual governo municipal já havia assentado 64 famílias no Morada Cidadã, 16 delas também da Fernando Ferrari. O investimento, em quatro blocos de apartamentos, é de R$ 2,980 milhões, recursos da Cooperação Andina de Fomento (CAF).

Emoção

A diarista Neusa Maria Rodrigues da Silva, moradora mais antiga do conduto, estava emocionada com a mudança, esperada “pela vida toda”. Viúva, mãe de oito filhos e com netos de que já nem lembra o número, ela temia que a casa caísse. Além disso, havia perigo para as crianças e um mau cheiro constante. Ela soube de pelo menos dois casos de quedas na vala. Neusa só tem o desejo de ser feliz na casa nova, um lugar limpo e seguro.

A dona de casa Vânia Elisabete da Silva (foto), que se criou no local e morava em dois cômodos com o marido, quer deixar para trás todas as dificuldades que enfrentou no conduto, onde sua mãe, já falecida havia se instalado com dez filhos, há mais de 30 anos. No Morada Cidadã, ela vai encontrar antigos vizinhos, com a ajuda dos quais construiu a casa e conseguiu se manter em uma área com riscos de doenças causadas por ratos e mosquitos. “A gente tinha que se cuidar para não ser roída pelos ratos”, lembra Vânia.

Para a dona de casa Ivone da Silva, este foi um ano de vitórias e conquistas. Instalada no novo apartamento com o marido e dois filhos, ela conta que passou mal quando chegou ao prédio, de tanta emoção. Relata, ainda, que nunca desistiu de lutar pelo sonho de sair do casebre de um cômodo, com goteiras. Para isso, participou de reuniões no Centro de Referência e Assistência Social, onde se inscreveu em vários programas. Ela também se orgulha de participar do Mulheres da Paz, no bairro Guajuviras, onde morou, avaliando que isso lhe permitiu ganhar mais respeito da sociedade e conhecimento de seus direitos de cidadã.
Eloá da Rosa

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